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Ego, Identidade e Autoconhecimento

Ego, Identidade e Autoconhecimento

Colocaram-me 3 interessantes questões que merecem reflexão. São elas:

  1. Que relação existe entre ego e identidade?
  2. Podermos libertar-nos do ego sem perder a nossa identidade?
  3. Qual a importância da libertação do ego no autoconhecimento?

 

A palavra “ego” significa “eu” e implica, portanto, uma noção do que acho que sou.

De acordo com o que se sabe sobre desenvolvimento, os recém-nascidos não possuem um ego estruturado e isso os conduz a uma indiferenciação entre si e o mundo que é característica dessa fase e se mantém em estado puro durante aproximadamente todo o primeiro mês de vida. Num processo gradual, o bebé vai aprendendo a perceber-se como um ser separado capaz de agir sobre o ambiente humano e físico à sua volta. O ego começa então a formar-se, primeiro como uma nebulosa onde o termo identidade não faz ainda sentido, mas que constitui já, sem dúvida, o terreno para a fundação desta identidade.

Aos poucos, e sofrendo profunda influência dos cuidadores e das pessoas significativas à sua volta, a criança vai-se autoatribuindo características que, se em grande parte resultam das consequências da sua interação com o ambiente, também tendem a determinar o tipo das interações futuras. Assim se estrutura a identidade. A sua função é a de situar-nos no mundo, e à medida que se vai formando vai-se entrelaçando de tal modo com o ego que deixa de ser muito praticável o estabelecimento de uma diferença precisa entre os dois. A partir daí  pensar ou dizer “eu” será, quase inevitavelmente, evocarmos atributos da identidade.

O ego, porém, é mais estável e desenvolve-se um pouco para além deste franja, permitindo-nos ser críticos e construtivos em relação às características da identidade, de molde a podermos trabalhar sobre ela.

Na verdade, na medida em que interações e experiências diferentes conformam no ser diferentes resultados e outras autoatribuições, podemos dizer que a identidade não é um fatalismo incontornável, nada mais sendo que uma roupagem adotada pelo ego, com a qual nos exibimos a nós próprios e aos outros, permanecendo à nossa disposição contudo, como acontece com todas as roupagens, a liberdade de acrescentar, subtrair ou mudar peças…

Não é imaginável um ser social, ativo e voluntariamente atuante, sem identidade; dado que é esta que o torna reconhecível pelos outros e orienta a sua interação. Todavia ela tem um preço: na medida em que veste o ego, confere-lhe uma tonalidade e limita-o.

Não podemos, enquanto seres humanos e como se depreende, perder a noção de identidade. O que podemos é torná-la tão abrangente e flexível que nos permita alargar o nosso campo de realização. O verdadeiro problema não está na identidade em si, mas na sua eventual rigidez e na estreiteza dos seus limites.

Quanto à ideia de libertação do ego, percebido como o terreno sobre o qual a identidade se estrutura, parece óbvio que perder o ego seria inevitavelmente perder a identidade. Se tirarmos o chão a um edifício este desmorona-se.

O “estado sem ego”, preconizado por escolas de desenvolvimento espiritual, e afirmado por mestres como Buda, Ramana Maharshi e outros, não é um estado permanente (que incapacitaria a manifestação humana), mas sim um estado episódico, conseguido por breves momentos, ainda que no seu decurso as noções de tempo e de espaço possam ser inexistentes. É evidente, contudo, que uma experiência deste tipo terá impacto profundo na estrutura psicológica de quem a viva. Semelhante impacto, porém, não deve conduzir à aniquilação do ego, mas sim à sua relativização.

De um modo geral, vivenciamos o ego como o centro real e legítimo do nosso ser, em torno do qual tudo deve girar. Somos egocentrados e isso nos conduz à absurda certeza que “o que eu vejo é o que há para ver”, “o que sinto é o que há para sentir” e “o que sei é o que há para saber”. Nesta ótica perde-se o respeito pela vida e tornamo-nos elementos de obstrução, cujo único objetivo passa a ser o de nos satisfazermos. É aqui que a mudança deve dar-se. O que, na verdade, devemos perder é a egocentração e não o ego.

Evoluir é, sobretudo, podermos perceber-nos como parte de um conjunto, cujo centro é a Vida, e no qual existimos para a manifestar em Harmonia e Felicidade, facilitando-a ao invés de obstruí-la.

 

O autoconhecimento, preconizado pelos sábios de todos os tempos, é a única e verdadeira condição para a tão necessária mudança da humanidade e para a entrada definitiva na Idade do Ouro.

Quem é o ator que representa o papel?

Qual a essência onde se forma o ego e a personalidade?

Existe uma Identidade real?

A resposta a esta e a outras questões só pode ser obtida pela via do autoconhecimento.

A ignorância, sobretudo a que de nós mantemos, é a matriz de toda a infelicidade. Por ela travamos todas as batalhas e arrastamos toda a sorte de infortúnios.

Porém, e embora já os antigos gregos tenham inscrito em letras de ouro sobre o portal do templo de Delfos a enigmática frase “Homem, conhece-te a Ti Mesmo e conhecerás o universo e os deuses”, esta via não está aberta a todas as pessoas. Muitas não desejam, realmente, conhecer-se; e a única chave que abre a porta do autoconhecimento é o cansaço do ego e o interesse genuíno pela verdade.